Cidade, rumor e vaivém sem paz das ruas,
Ó vida suja, hostil, inutilmente gasta,
Saber que existe o mar e existem praias nuas,
Montanhas sem nome e planícies mais vastas
Que o mais vasto desejo,
E eu estou em ti fechada e apenas vejo
Os muros e as paredes e não vejo
Nem o crescer do mar nem o mudar das luas.
Saber que tomas em ti a minha vida
E que arrastas pelas sombras das paredes
A minha alma que fora prometida
Às ondas brancas e às florestas verdes.
(Sophia de Mello Breyner Andresen)
Um comentário:
Amo essa marítima poetisa!
Muito legal o blog professor...
O convido para visitar o meu blog:
http://rotapsicodelica.blogspot.com/
Estou aprendendo ainda, mas pretendo chegar lá...não sei bem onde... porém, nossa sina é se ensinar!
Abraços,
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