"O artista é o viajante feliz que, após ter longamente navegado sobre as águas da dúvida, nas trevas do esforço, pode, enfim, bradar: terra!"

(Mikel Dufrenne)

sábado, 24 de abril de 2010

MORRO DEPOIS DE TE BEIJAR
V SARAU LITERÁRIO – UNIESP/FABAN


Partindo da última frase de Otelo – “Morro depois de te beijar” –, da tragédia de Shakespeare, a UNIESP/FABAN apresenta seu V Sarau Literário. Formado por alunos do curso de graduação em Letras, o sarau deste ano traz como tema os conflitos diversos que tangem a relação amorosa. Os sentimentos despertados pela trama dos amantes aparecem, na apresentação, tanto nas suas manifestações mais sutis como nas mais arrebatadoras. A “quadrilha amorosa”, os encontros e desencontros, as paixões intensas e as surpresas que desmontam a razão aparecerão em textos declamados e dramatizados de grandes nomes da literatura brasileira e estrangeira, como Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Vinícius de Moraes, José de Alencar, Florbela Espanca, Goethe, Shakespeare, Jean Paul Sartre e outros. O amor, situado entre o morrer e o beijar, aponta para prismas que atestam sua mais paradoxal definição!



Dia 02 de junho, às 20 h


No Galpão de Eventos do SESC – Ribeirão Preto


Direção: Alexandre de Melo Andrade
O amor é que é essencial

O AMOR é que é essencial.
O sexo é só um acidente.
Pode ser igual
Ou diferente.
O homem não é um animal:
É uma carne inteligente,
Embora às vezes doente.

(Fernando Pessoa)

sábado, 10 de abril de 2010

V SARAU LITERÁRIO

A UNIESP-FABAN apresenta, sob minha direção, o V Sarau Literário:

MORRO DEPOIS DE TE BEIJAR

Dia 02 de junho, às 20h, no Galpão de Eventos do SESC - Ribeirão Preto.


Em breve, uma sinopse do evento aqui no blog. 

sexta-feira, 2 de abril de 2010

INSÔNIA

Não é por falta de sono, é por falta de desligamento mesmo. Ter insônia é ter que se entregar e não querer, ou não poder, ou não conseguir, ou tudo isso junto. É fechar os olhos para o quarto, mas não fechá-los para si. É permanecer, quando se desejasse e devesse ir. É um ser-eu-aqui, quando precisaria de um ser-eu-lá, ou melhor, apenas um “lá”, sem a experiência consciente de um ser-eu. Ser-eu é vigília. Mas há pessoas que não se-são nem em vigília, e por isso seus olhos ficam abertos ou fechados para o mundo, mas sempre fechados para si. Se os olhos são o espelho da alma, os do insone são um reflexo permanente. Durante a insônia, não há nada mais cansativo do que pensar; pior do que pensar é brigar contra o pensamento, pois pensamos em não pensar, e por isso pensamos duas vezes. Ter insônia é então ser duplo: o que ordena, e o que não obedece: o que está-sendo e o que não deseja estar-sendo...

(Alexandre de Melo Andrade)

quinta-feira, 1 de abril de 2010

DEFESA DA POESIA (SHELLEY)

Um poeta é um rouxinol que na escuridão canta a sua própria soledade com doces gorjeios; os seus ouvintes são como homens fascinados pela melodia de um músico, que não se vê, e que sente que eles se comovem e enternecem, sem contudo saberem como ou porquê.
*
A poesia tudo conduz para o belo: exalta a beleza do que é mais belo e acrescenta beleza à mais deformada das coisas; casa o júbilo e o horror, a pena e o prazer, o eterno e o mutável; submete à união, sob o seu brando jugo, todas as coisas irreconciliáveis. Transmuta tudo quanto toca [...]