Tem sido comum, na literatura contemporânea, a retomada do estilo e dos motivos clássicos. Poetas como Ivan Junqueira e Alexei Bueno reabsorvem a estética clássica, fundindo o tempo mítico ao tempo histórico, de onde emerge uma poesia metafísica, que interroga a dúvida contingente por meio de grandes arquétipos da Antiguidade. Destacamos uma poesia de Alexei Bueno, extraída do livro Lucernário:
Tu és moderno. Neste momento,
Enquanto passa a tua alma e o vento,
Uma mulher, de um homem largada,
Mata os dois filhos, alucinada.
Degola os dois, enquanto farreia
O pai. Seu nome não é Medéia.
É um outro nome. Tu és moderno.
E o vento passa, odorante e terno.