"O artista é o viajante feliz que, após ter longamente navegado sobre as águas da dúvida, nas trevas do esforço, pode, enfim, bradar: terra!"

(Mikel Dufrenne)

sábado, 10 de outubro de 2009

Abaixo transcrevemos o resumo de alguns projetos em andamento de alunos da UNIESP-FABAN.

O Caráter Fantástico em Harry Potter and the Sorcerer's Stone

Victor Gobatti
Orientador: Prof. Ms. Alexandre de Melo Andrade

RESUMO: A literatura fantástica, desde seu surgimento no séc. XVIII, promove discussões e divergências entre os teóricos que a estudam e conceituam, trazendo à tona diversas dúvidas quanto à inclusão ou exclusão de obras perante a luz do fantástico enquanto gênero literário. Este trabalho de pesquisa científica vem apresentar, em primeira instância, um breve panorama histórico do surgimento de tal signo literário, assim como expor algumas das principais características que posicionam uma obra como fantástica, sendo elas: a verossimilhança e o processo de hesitação, que à luz da teoria de alguns estudiosos, são fundamentais para essa classificação. E em um segundo momento, promover a análise da obra Harry Potter and the Sorcerer’s Stone, de J.K Rowling (1997), apresentando argumentos que a posicionarão nítida e claramente dentro da literatura fantástica, afastando-a de qualquer outra classificação que possa impulsioná-la para subgêneros convizinhos do fantástico.



A poética da Natureza em O Pastor Amoroso, de Alberto Caeiro
Alex Moretto
Orientador: Prof. Ms. Alexandre de Melo Andrade

Fernando Pessoa foi um dos maiores poetas portugueses, ao lado de Luís de Camões e Bocage. Seu talento era impressionante, e sua inteligência incomparável. Ao criar heterônimos e semi-heterônimos, tornou-se múltiplo. Cada heterônimo tinha sua biografia, caracteres físicos, traços de personalidade, formação cultural, profissão e ideologia. Mas apenas um heterônimo interessa para o nosso trabalho: Alberto Caeiro. Um homem simples, bucólico, viveu toda sua vida no campo, e criador de três obras: O Guardador de Rebanhos, Poemas Inconjuntos, O Pastor Amoroso. Dessas obras, apenas a última será analisada, pois é nessa que o eu-lírico mostra como o seu amor pela Natureza passou por dois momentos distintos. O primeiro quando ele não tinha a mulher amada, então amava a Natureza de uma forma infantil, via as coisas e procurava não pensar no significado delas. O outro momento refere-se à chegada da mulher amada; a partir daí ele precisa dessa figura feminina para contemplar a Natureza. Esses momentos marcantes nos levaram ao interesse de analisar as obras de Alberto para descobrir como esse poeta vê a Natureza, quais as mudanças em seu olhar.
A nossa pesquisa está no início. Já foram realizadas algumas pesquisas bibliográficas sobre Fernando Pessoa, a criação de heterônimos, o período histórico e literário correspondente à vida de Pessoa e a biografia de Alberto Caeiro. Faremos leituras sobre teorias poéticas e teorias sobre a Natureza. O livro Fernando Pessoa, o outro, de Gilberto de Mello Kwjawski, será de nosso interesse, pois nele temos a análise sobre a vida e a obra de Pessoa. Outro livro que servirá de apoio para nossa pesquisa é Poesia e realidade, de Carlos Felipe Moisés, nesse encontraremos uma crítica específica sobre Alberto Caeiro, ajudando na análise que faremos da obra de Caeiro.
Mas já é possível fazer algumas observações sobre O Pastor Amoroso. A obra aproxima-se da prosa, os versos e as estrofes são irregulares, o eu-lírico é o próprio Pastor Amoroso, que passa a ver na Natureza sua mulher amada, porém ela não ganha forma. A figura feminina o persegue, ele não consegue olhar apenas para a Natureza, pois ao olhá-la, seu pensamento traz a presença da amada. O texto é marcado por muitas comparações, e nele a Natureza é personificada.


Fronteiras entre Arcadismo e Romantismo na poesia de Almeida Garrett
Lílian Greco
Orientador: Prof. Ms. Alexandre de Melo Andrade

As obras românticas de Almeida Garret são conhecidas pela “renovação” que promoveram na literatura portuguesa. Porém o autor possui base clássica e nunca se desvencilhou totalmente de sua racionalidade e de aspectos da lírica tradicional. Muitos pesquisadores não reconhecem tais características; no entanto, Massaud Moisés, estudioso, pesquisador e difusor da literatura por excelência, ao defender o estado onírico como preponderante no Romantismo, afasta o poeta português de uma relação direta com os temas da escola romântica, filiando sua lírica a um racionalismo clássico. A seguinte pesquisa, portanto, vem mostrar que Almeida Garret, em suas obras poéticas, não possui o estado onírico no grau em que seria pertinente ao Romantismo. O resultado será de enorme relevância para os estudos literários, pois muda a concepção criada em torno do poeta.


Nenhum comentário: