Maria do Carmo Belizário, professora de Literatura Brasileira e Teoria Literária na Faculdade Bandeirantes, de Ribeirão Preto, é mestre em Estudos Literários pela UNESP/Araraquara, e poeta. Abaixo, transcrevemos algumas de suas composições poéticas:
Maturidade
Arte ciência,
olhar experiência,
face ameixa,
na boca o acre-doce
revelando o matutino, o vespertino,
o noturno.
(Noturno — às vezes — tão soturno)
Três dimensões que trazem à baila
todo um palmilhar norteado de venturas,
desventuras,
que o viver não tem como frear...
Maria do Carmo Belizário.
Cumplicidade
Alheios ao mundo — sinto seu cotovelo junto
ao meu.
Ali — tranqüilos a limpar os peixes
entre as memórias do primeiro encontro... Olhar...
Cheirando a peixe toco seus cabelos
e você... Afável... Galhofeiro a falar de suas aventuras,
pescarias
como um grande menino esquecido do mundo.
No silêncio aconchegante da cozinha dividindo o espaço:
Eu e Você.
Você e eu entre a fala, às vezes, o silêncio
analisando nossas histórias enquanto se limpa
os peixes...
Longas histórias... Alegrias... Desventuras...
Passado que se fez amadurecer e hoje
sorrimos descontraídos no pequeno espaço,
em que nos acotovelamos a limpar os peixes.
De repente — estes são postos de lado — as
mãos se entrelaçam — as facas ficam sobre a pia
e os peixes se perdem em meio as escamas... Maria do Carmo Belizário.
Como arrumar as gavetas?
Separar as espécies:
à direita o tempo da paz,
alegria,
amor...
À esquerda:
a saudade,
a tristeza,
a dor...
Maria do Carmo Belizário.
Arte ciência,
olhar experiência,
face ameixa,
na boca o acre-doce
revelando o matutino, o vespertino,
o noturno.
(Noturno — às vezes — tão soturno)
Três dimensões que trazem à baila
todo um palmilhar norteado de venturas,
desventuras,
que o viver não tem como frear...
Maria do Carmo Belizário.
Cumplicidade
Alheios ao mundo — sinto seu cotovelo junto
ao meu.
Ali — tranqüilos a limpar os peixes
entre as memórias do primeiro encontro... Olhar...
Cheirando a peixe toco seus cabelos
e você... Afável... Galhofeiro a falar de suas aventuras,
pescarias
como um grande menino esquecido do mundo.
No silêncio aconchegante da cozinha dividindo o espaço:
Eu e Você.
Você e eu entre a fala, às vezes, o silêncio
analisando nossas histórias enquanto se limpa
os peixes...
Longas histórias... Alegrias... Desventuras...
Passado que se fez amadurecer e hoje
sorrimos descontraídos no pequeno espaço,
em que nos acotovelamos a limpar os peixes.
De repente — estes são postos de lado — as
mãos se entrelaçam — as facas ficam sobre a pia
e os peixes se perdem em meio as escamas... Maria do Carmo Belizário.
Como arrumar as gavetas?
Separar as espécies:
à direita o tempo da paz,
alegria,
amor...
À esquerda:
a saudade,
a tristeza,
a dor...
Maria do Carmo Belizário.
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