"O artista é o viajante feliz que, após ter longamente navegado sobre as águas da dúvida, nas trevas do esforço, pode, enfim, bradar: terra!"

(Mikel Dufrenne)

sexta-feira, 20 de março de 2009

Ana Carolina Bianco Amaral, 22 anos, é graduada em Letras pela Faculdade Bandeirantes (2007). Estudiosa da literatura fantástica, Ana Carolina vem se dedicando à pesquisa desde 2006, quando desenvolveu monografia que objetivava a análise comparativa de contos fantásticos. Atualmente, cursa disciplinas como aluna especial na UNESP de Araraquara, e arrisca-se, vez por outra, à composição de contos e poesias. Segue, abaixo, um de seus contos:
síntese gerativa

dourados aspargos que cinderela cosia na manhã seguinte. Doirados reflexos esticavam-se dos seus olhos tenros ao ver a almiquia vegetal. Esticou o vestido partidário a um mendigo de amor. A agulha torcia as voltas emblemáticas da linha senil cor de areia. A agulha percorria a parte externa do artesanato, fio a fio, xis a xis perpendiculares esteiras de linha rente. A agulha inebria exausta fixava-se, respirava, deglute e vomitava. A agulha tal qual brinquedo de locomoção natalino quiçá findasse seu curso. Cansada cinderala abre a torneira da pia lamaçal. Mãos conchas retém o líquido que purifica, escravo de vida e morte, impulsiona o jogatino veneno nas tez oleosa do seu rosto. Ascende suas pálpebras, um espelho a temia. A imagem voltavam o vestido partidário, agora declinado da missão de cobrir o mendigo. Pedregulhos e estiragens cambaleam os dedos inóspitos da sereia. Curvas de caminhão de carga sobrecarregada. Outra imagem - jovial segredo adolescente desquitou-se sem auxílio de advogados.

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