"O artista é o viajante feliz que, após ter longamente navegado sobre as águas da dúvida, nas trevas do esforço, pode, enfim, bradar: terra!"

(Mikel Dufrenne)

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Carlos Eduardo de Brito Aragão, residente em Bonfim Paulista, é estudante de Letras na Faculdade Bandeirantes - Ribeirão Preto - e, amante de Literatura, vem compondo versos, participando de concursos literários e se destacando como poeta. Abaixo, transcrevemos alguns de seus poemas.

O que é o amor?*

O amor é sonho?
O amor é dor?
É apenas sentimento?
É grande? É pequeno?
Branco? Negro?
Acaso é liso?
Ou áspero?

Não sei por certo,
Só sei que quando vem
Realiza mudanças
Faz de um adulto uma criança.

Não escolhe idade, classe ou cor.
Quando vem quer quebrar as barreiras
Não enxerga as aparências,
Mas penetra o profundo, o íntimo, o âmago.

É como um anestésico,
Deixa a pessoa boba,
Suspirando, sorridente
Babando cor- de- rosa.

Amolece os corações de pedra,
Tornando-os tão macios
Como a fina seda.

No entanto,
Para que saber o que é o amor?
Se eu posso senti-lo e vivê-lo!
Experimentar do seu mel
Sentir o pedaço do céu.

Enquanto alguns se preocupam com definições
Vou vivendo e aprendendo,
Porque o amor é subjetivo
E cabe a cada pessoa interpretá-lo
Do modo como quiser.

(Carlos Eduardo de Brito Aragão)

*Poema premiado com o 3º lugar no XII Concurso de Poesia Moderna do Sindicato dos Comerciários



Chora Amazônia*

Chora Amazônia!
Derrama o teu pranto sentido
Lamenta tuas árvores caídas.
Teu verde, tua sombra, tua natureza.

Oh, Amazônia!
Solta a tua lágrima de dor
Grita pelos teus animais,
Que morrem a cada dia:
Aprisionados, feridos, torturados, contrabandeados.

Sim, Amazônia
É grande a tua dor!
O homem, que deveria ser “humano”,
Torna-se o mais cruel dos animais.
Ferindo o teu chão
Roubando a tua paz.

Reza Amazônia!
Ora ao Criador
Pela consciência do homem,
Para que volte a si
E pense em seus filhos
Que poderão ter um futuro incerto.

Fala ap pé do ouvido de cada criança
Para que não repitam os erros dos pais,
Aumentando a chama da esperança.

Enquanto o progresso avança,
Tua vida, Amazônia, vai se acabando.
E o homem, cego pela ambição,
Destrói a si próprio.

Ainda há tempo, Amazônia,
De mudar esse quadro.
Mas tem que ser agora,
Porque quando a última árvore cair
E a última gota de sangue
Manchar o teu solo,
Aí será tarde demais.

(Carlos Eduardo de Brito Aragão)

*Poema premiado com o 2º lugar no XI Concurso de Poesia Moderna do Sindicato dos Comerciários



Quem sou eu?

Sou menino brincando com o tempo
Como a folha que brinca com o vento
E voa nos campos da vida.

Nessa terra de sonhos perdidos
De piratas, fadas e lendas,
Ergo meu castelo encantado
Pra salvar a Rapunzel.

Sou herói que voa no céu
Pra defender a cidade do mal.
Super-Homem
Com visão de raio-X
Sou peralta, sou feliz.

Gosto de correr
Brincar de esconde-esconde,
Dançar canções alegres
Comer doces e balas.

Vou à escola
Aprender o bê-á-bá.
Preciso estudar e brincar
Sou pequeno demais para trabalhar.

Sou a semente
Que germinará no futuro.
Quem não for como eu
Não entrará no Reino de Deus.

Já sabe quem sou eu?
Sou criança, sou a esperança,
Sou o futuro feliz.
Sou anjo na terra
Sou o futuro do país.

(Carlos Eduardo de Brito Aragão)




Mensagem ao professor

Mestre, educador.
Pai das letras, professor.
São nomes diferentes
Desse grande construtor.

Suas palavras são ferramentas
Que transformam cada aluno
Em sementes de saber.
Para que no futuro
Frutifiquem doutores.

Como é belo observar
Toda dedicação!
Todo amor depositado
No movimento do giz.
Palavras que surgem na lousa,
Olhos que brilham
Vendo o aluno que aprendeu.

Querido professor,
Se hoje posso escrever
Devo a Deus e a ti.
Lembro-me do a-e-i-o-u,
Das letras que se juntaram
Formando palavras.

Das palavras surgiram versos
Dos versos surgiram poemas.
E agora, do meu coração,
Surge uma palavra simples
Cheia de gratidão:
“OBRIGADO!”

(Carlos Eduardo de Brito Aragão)

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