"O artista é o viajante feliz que, após ter longamente navegado sobre as águas da dúvida, nas trevas do esforço, pode, enfim, bradar: terra!"

(Mikel Dufrenne)

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Livros na era da informática

Algumas semanas de férias e aqui estamos novamente, rodeados por livros, compromissos, trabalhos... e a vida segue seu curso, não em linha reta, mas em linhas sinuosas que se justificam na medida em que se perfazem. A rotina volta em nosso cotidiano, porém acrescida de novas experiências e expectativas.
O que mais tenho ouvido ultimamente é a respeito do fim das livrarias em detrimento dos livros virtuais. Passeando pela livraria Cultura, em S. Paulo, e por outras de nossa região, fica difícil acreditar nisso. Não se trata do fim das livrarias, dos livreiros nem dos livros da forma como conhecemos. Trata-se, na verdade, de uma nova forma de comercialização e acesso a eles que vem crescendo na sociedade informatizada, como tantas outras coisas que igualmente facilitaram a vida das pessoas e o acesso a informações e produtos de forma virtual. Por outro lado, nunca se produziu tanta poesia no Brasil, postada em blogs e sites especializados. Tamanha é a dificuldade em se publicar livros no Brasil, que muitos optaram por divulgar seus próprios textos pelo acesso via internet. Não me refiro apenas a poetas e poesias, mas a filósofos, biólogos, sociólogos e tantos outros que, capacitados intelectualmente para a divulgação de suas ideias, dedicam-se a produzir e provocar ideias, contactando-se com pessoas diversas, sendo mais lidos do que outros tantos que têm seus livros adormecidos nas estantes das bibliotecas e livrarias. O filósofo, escritor e professor Paulo Ghiraldelli Jr., da UFRRJ, por exemplo, envia semanalmente, via internet, seus textos sobre filosofia e educação, com qualidade incomensurável, contribuindo para a formação de novos leitores e proporcionando reflexão e conhecimento. Acredito que não estamos diante de um decreto apocalíptico do fim dos tempos das livrarias e das bibliotecas, mas diante de uma nova era em que o conhecimento e a propagação de ideias estejam rompendo a barreira do próprio mercado editorial, avançando rumo a uma experiência de criatividade do sujeito na sua própria liberdade de expressão artística e informativa.

Um comentário:

Anônimo disse...

Concordo com você, Alexandre. A era da infromática apenas veio para contribuir com a divulgação de ideias.