Participei recentemente de uma sessão temática sobre poesia brasileira contemporânea, e tive a oportunidade de receber a obra "objeto algum", do poeta mineiro Rodrigo Guimarães, publicada em 2008. Aqui seguem alguns poemas:
sem título
e o que se vê
centraliza todo
o espaço,
persiste,
sem moldura
ou título,
cravado em seu
axioma de ferro,
seu habitat supremo,
desqualificando tudo
com exata indiferença,
como um
prego na parede
detalhe
acontece que
ao perder o chão
passou a
observar os
pés e talvez
de tal modo
acercar-se da
minúcia
excedente
que melhor
se reconhece
no que cumpre
desaparecer
pormenor
se diante do desacerto
decidiu-se pelo óbvio,
talvez não tenha visto
o que à primeira vista
não se vê
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